quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Voluntariado


Como muitos finalistas, à procura de emprego, inscrevi-me nuns sites, que não são mais que uma base de dados on-line de ofertas de emprego (ou melhor, não são mais que uma tentativa de nos impingirem um part-time numa qualquer empresa de call-center). Adiante. Esta semana, recebi um e-mail com um anúncio. Mas de jornalismo, nada… Era um anúncio a um projecto de voluntariado. Passar 14 meses fora de casa, a ajudar crianças moçambicanas ou indianas (e de mais nacionalidades que agora não me recordo), num projecto que incluía uma formação inicial de seis meses na Noruega. Confesso que num primeiro momento, questionei o porquê de me enviarem um projecto de voluntariado, tendo eu escolhido exclusivamente a opção Comunicação Social. Mas depois de satisfazer a minha curiosidade no site da instituição, e tentar decifrar o inglês que nunca mais pratiquei, fiquei curiosa. Passar seis meses a estudar na Noruega, mais seis meses num país carenciado a prestar apoio, mais dois meses pela Europa a apresentar os resultados, é no mínimo aliciante. É bom saber que podia estar a ajudar alguém que precisa, e ao mesmo tempo a aprender algo de novo num país que não o meu. Mas, como nem tudo é um mar de rosas, a minha viagem mental pelos países desfavorecidos não foi mais longe que a Torres Novas Fm (onde estava a consultar o correio electrónico), visto que sendo um projecto de voluntariado, ou eu tinha muito dinheiro e pagava as despesas do curso na Noruega, viagens, etc. e tal, ou estava lixada. Porque isto de ajudar é muito bonito, mas para poder ajudar alguém, primeiro precisamos que nos ajudem a nós. Bem, mas os problemas não se ficam pelo dinheiro, se bem que este é o maior dos entraves. Teria de passar 14 meses fora de casa, e o máximo que já passei foi um mês, fora de Portugal, longe da família, do namorado e dos amigos. Teria de ver coisas que nunca vi na vida, e para as quais não faço a mínima ideia se estou preparada. Passamos a vida a fazer queixas da vida que levamos, do preço dos combustíveis, do filme que nunca mais estreia no Cinema em Torres Novas, mas nem nos lembramos que noutra parte do mundo há crianças que a melhor prenda que poderiam receber era irem à escola. Isto, não falando dos casos ainda mais graves. Bem, com isto tudo para dizer que adoraria integrar um projecto de voluntariado, mas talvez mais curto, não por ser enriquecedor para o currículo (como muitos afirmam), mas porque há sempre alguém que precisa da nossa ajuda, e talvez seja nisso que temos de pensar naqueles dias em que sentimos que não somos úteis para nada, em nos tornarmos úteis para alguém. Para quem esteja interessado no projecto, e tenha mais coragem que eu, deixo-vos aqui o link do site do projecto de voluntariado. Beijinho e fiquem bem ;)

Um comentário:

Menina Ochoa disse...

Como diz um amigo meu "voluntariado é para gente rica"